sábado, 4 de abril de 2009

Este parte abandonada e escura era a fábrica de farinha de peixe.
O caracol, em um buraco no chão, moia os esqueletos.
Sem grade de proteção moeu o pé de um tio.
Meu pai o ajudou a escapar antes que a máquina o consumisse.
Sua mulher, ainda adolescente, caiu da ponte do trem, vinha de madrugada de outra fábrica, na Quinta.
No hospital, açougueiros de plantão, terminaram o serviço, ela nunca mais caminhou.
Afinal, que bem lhes fez os empregos?
Pelo cheiro a osso queimado que produzia, a Fábrica ganhou o apelido, junto com a vila, de fedorenta.
Ninguém suportava passar por aqui, pela entrada da cidade.

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